Crack (da Bolsa de Valores de NY) - 1929
Termo empregado nas operações
financeiras das Bolsas de ações para caracterizar, como o nome indica a quebra
dos valores dos papeis e títulos postos à venda. O maior crcak conhecido, de
grande repercussão mundial, foi o ocorrido em outubro de 1929 nos Estados
Unidos. Um ano antes, as ações das grandes companhias americanas subiram
rapidamente de valor. Em 20 meses, as cotações dobraram ao mesmo tempo em que
eram lançadas no mercado novas ações, muitas das quais desconhecidas.
O grande
montante de dinheiro ganho fazia de cada investidor um especulador, em
detrimento de fundos de renda fixa – tradicional maio de ganho -, muitos dos
quais foram liquidados em troca de ações. Aos que aplicaram seus recursos na
Bolsa parecia impossível perder dinheiro. No entanto, apesar do número de
investidores continuar sendo pequeno, as conversas em torno das operações da
Bolsa passaram a ser assunto na cidade de Nova York, sede do organismo e, de
modo geral, no país inteiro. Boatos sobre fortunas adquiridas da noite para o
dia circulavam a toda hora; durante algum tempo, as casas de corretagem
apresentaram movimentação incomum, com um público permanentemente ávido de
conhecer as últimas informações.
As ações mais disputadas eram as das
companhias de aviação e rádio. Muitas delas, acabadas de ser emitidas, uma vez
lançadas, eram de imediato subscritas ou vendidas.
Como salienta um historiador
moderno, “qualquer coisa podia ser vendida”. Até mesmo uma empresa que, ao
lançar seus títulos, anunciou que jamais distribuiria dividendos teve suas ações
adquiridas facilmente. No dia 23 de outubro de 1929 seis milhões de ações foram
vendidas, cifra recorde. No dia seguinte, instalou-se o pânico geral.
A
insegurança tomou conta da cidade, dos investidores, do país. Em um dia
desapareceram os ganhos de um mês. O
acionista, sem poder conhecer cotações – o próprio telex informava com horas de
atraso -, autorizava a venda de seus
títulos sem qualquer critério, na expectativa, apenas, de não perder.
Uma
tentativa feita pelo banqueiro do grupo Morgan, comprando 240 milhões de
dólares em ações tranquilizou o mercado. Apenas temporariamente. Seis dias
depois, nove milhões de ações foram vendidas e, no dia seguinte, 16 milhões,
cifra imaginável para época. Somente em 1932 a Bolsa recuperou-se definitivamente, após ter
baixado em 80% com relação a 1929.
AZEVEDO, Antonio Carlos do Amaral. DICIONÁRIO DE NOMES, TERMOS E CONCEITOS
HISTÓRICOS. 3a ed, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999. pp
129-130.
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