MERCANTILISMO
A definição mais aceita de mercantilismo informa que esse termo
compreende um conjunto de ideias e práticas econômicas dos Estados da Europa
ocidental entre os séculos XV, XVI e XVIII voltadas para o comércio, principalmente,
e baseadas no controle da economia pelo Estado. Mercantilismo dá nome, nesse sentido, às diferentes práticas e
teorias econômicas do período do Absolutismo europeu.
Mas tal conceito não existiu no
período mesmo que chamamos de mercantilista. Na verdade, a palavra
mercantilismo só começou a ser usada pelos economistas clássicos do final do
século XVIII para se referir às rígidas práticas de intervenção do Estado na
economia, práticas que eles consideravam danosas e às quais faziam severa
oposição. Assim, o mercantilismo não
existiu como um conjunto coeso de ideias e práticas econômicas, nem como grupo
de pensadores da economia com uma filosofia comum. De fato, sob a definição de mercantilismo foram reunidos pelos
críticos diferentes autores e diferentes políticas econômicas, com pouco em
comum, a não ser o fato de pertencerem a países absolutistas.
As teorias e práticas mercantilistas
estão inseridas no contexto de transição do Feudalismo para o Capitalismo,
possuindo ainda características marcantes das estruturas feudais e já diversos
fatores que serão mais tarde identificados com características capitalistas,
não sendo nenhum dos dois sistemas, no entanto.
O termo mercantilismo define aspectos econômicos desse processo de
transição. Se o mercantilismo tem sua contraparte política no Estado absoluto,
no campo social tem relação com a estrutura social comumente conhecida como sociedade
do Antigo Regime. Ou seja, a estrutura social estamental, ainda baseada na sociedade
de ordens do medievo, porém com novos elementos, dos quais a burguesia é o
principal fator de diferenciação.
Fonte:
Silva, Kalina Vanderlei. Dicionário de conceitos históricos. 3a ed., São Paulo, Contexto, 2013, pp 283
Biblioteca Leituras do Professor - FDE
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